quarta-feira, 14 de julho de 2010

A dor de uma depilação

Decidida a economizar dinheiro, e extremamente necessitada de uma "sessão mocréia" (leia-se depilação, manicure, cuidados com o cabelo e etc), segui firmemente rumo a uma perfumaria próxima da minha casa. Mesmo com a chuva caindo lá fora, fui firme ao meu destino. Comprei tudo o que precisava, tinta para o cabelo, cera quente que derrete no microonda (achei uma idéia fascinante a príncipio) e a vendedora jurou ser suuuuuper prática e fácil de aplicar, esmaltes, lixas e demais apetrechos para virar uma diva de cinema.
Cheguei em casa me achando poderosa e auto suficiente, afinal, iria provar que não preciso terceirizar esse serviço. Afinal de contas não sou uma mulher limitada, cozinho muito bem obrigada, e recentemente aprendi a costurar saias que uso nos candomblés. Logo, porque não seria capaz de depilar a virilha?
Preparei a tinta e apliquei no cabelo conforme instruções do rótulo. Nessa etapa estava apenas de soutiã e calça comprida, pois não tinha nenhuma camiseta velha para sujar com tinta preta. Pensei, bom, enquanto espero o efeito da tinta, os benditos 45minutos eternos, vou depilar minha virilha. Fui até a cozinha com o potinho que parecia um pote de margarina, derreti a cera no microondas e voltei ao banheiro para realizar a depilação de uma forma tranquila. Pois bem, ao chegar no banheiro e tirar a calça, calcinha a cera esfriou... voltei correndo até a cozinha (lembrem que estou agora apenas de soutiã), meus filhos me olharam estranho e vieram atrás de mim... derreti a bendita novamente, e resolvi aplicar na cozinha mesmo, segui as instruções, porém não foi bem do jeito que estava na embalagem. Ninguém havia dito que ao pegar a cera com a espátula formava um fio de cera do pote até a minha pele. A primeira puxada foi tranquila, mesmo porque passei em uma região sem pelos. Novamente a cera esfria. Esquento mais uma vez no microondas, dessa vez até de mais, pois ela ficou líquida. E segui determinada ao meu próposito de auto depilação. Dores fortes. Muitos fortes. Meus olhos escorriam lágrimas, e minha boca gritava como uma louca. Esquentei a cera mais umas mil vezes para poder utiliza-la, esfriava muito rápido. Então, resolvi deixar um tempo superior o orientado na embalagem, logo a cera ficou mais quente que o previsto, passei na pele e abanava, mas queimava muito, fui atras de um ventilador para tentar esfriar a cera em minha pelizinha, porém, a cera ficou mais do que o ideal na pele e a bendita endureceu de tal forma que achei que nunca mais sairia. Nervosa com a situação, e delicada como uma vaca indo para o abate, bato minha mão no potinho de cera quente (pelando) e derrubo por toda a região da virilha, pela minha mesa, cadeira, chão, dedos (que grudaram perfeitamente uns nos outros) e unhas. Sinto uma coisa escorrendo pelo meu pescoço e lembro que já está na hora de lavar o cabelo. Meu celular toca, meus filhos gritam na sala e a cera em toda a minha "perseguida". Procuro loucamente o tal do óleo removedor que comprei e numa tentativa frustrada acabo com metade do vidro. "Terei que puxar mesmo", pensei num silêncio de dor que estava em mim. E puxei. Puxei e puxei. E gritei, gritei e gritei. A dor mais intensa que senti até hoje. Com a ajuda da espátula fui aos poucos me libertando daquela meleca com cheirinho de maçã verde. Não sei direito como foi, mas meus pés também tinham cera. E após duas horas de longo sofrimento e tortura, enfim me livrei dos pelos e da bendita cera. Meu pescoço estava todo escorrido da tinta preto azulado que tanto gosto, debaixo das unhas cera endurecida misturada com a tinta de cabelo. Corri para o chuveiro, e desta vez acabei com o vidro de óleo removedor. Graças a famosa bucha vegetal e muito esforço, consegui eliminar todos os vestígios da cera de meu corpo. Lembrei da vendedora. Uma vontade de voltar na loja e matar aquela mulher maldosa e sádica. Limpei minha cozinha. Desisti de fazer as unhas e qualquer outra coisa para virar uma diva. Minha virilha está vermelha e completamente dolorida, isso sem falar em algumas partes que sangraram. Percebi que algumas coisas realmente devem ser feitas por outras pessoas. Depilação com cera quente é uma por exemplo. Completamente frustrada e dolorida, acendo um cigarro e agradeço a Deus por ter sobrevivido a esta experiência insana que passei hoje. Agradeci ainda, por ter restado pele na região já citada. E agradeci, principalmente, por existir lugares especializados (salões de beleza) para executar essas tarefas. Realmente tem coisas que o dinheiro não compra, mas para depilação com cera quente existe mastercard, ou visa, amex, ou dinners ou ainda usar a boa e velha gilette.

Um comentário:

  1. Hahahahah!!!

    Eu fiz a mesma coisa, só que com cera em roll-on.
    Deus do céu, é muito complicado.

    Risos!

    Bjs!

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Obrigada pela visita!!!!